Asocebu celebra 45 anos de conquistas

Asocebu celebra 45 anos de conquistas

A associação vem alcançando resultados expressivos na Bolívia graças às ações desenvolvidas para melhorar geneticamente o rebanho de corte e de leite

 Bolívia vem se consolidando no mercado pecuário latino-americano, tanto como fornecedor de genética quanto de carne bovina. Assim como no Brasil, o agro é um setor de impacto na economia do país. O rebanho é estimado em 9.752.158 cabeças, sendo cerca de 85% de gado de corte, com a predominância das raças zebuínas. As exportações de carne para a China vêm crescendo desde 2019 e hoje o total enviado para o exterior chega a 40 mil toneladas.

Um cenário promissor que reflete os investimentos feitos pelos criadores locais em genética de ponta. “É uma simbiose entre o esforço, a perseverança e o espírito empreendedor dos criadores. Ao longo das últimas décadas tivemos uma evolução da produtividade, do peso de carcaça, da qualidade da carne, assim como a redução da idade de abate graças a uma seleção focada nas características de maior interesse econômico. O zebu leiteiro também avançou bastante”, explica o presidente da Associação dos Criadores de Zebu da Bolívia (Asocebu), Mario Ignacio Anglarill Serrate.

A entidade está comemorando em 2020 seus 45 anos de existência. Segundo o presidente, desde o início, a Asocebu teve a visão de investir em melhoramento genético, visando a produção de matrizes e touros melhoradores. Investiram em tecnologias de ponta e em genética zebuína selecionada por tradicionais criatórios, inclusive do Brasil. 

Hoje, é a maior associação de gado puro do país, atuando como delegada do Ministério da Agricultura da Bolívia para a execução do serviço de Registro Genealógico de zebuínas e de Girolando e para a realização de provas zootécnicas e do programa de melhoramento. “Tive o privilégio de ser o primeiro gerente da Asocebu, assim como o primeiro técnico a registrar animais zebuínos. O primeiro rebanho que registrei pertencia a Osvaldo Monastério, da Cabaña Sausalito, em Portachuelo. Já o primeiro registro oficial ocorreu durante a exposição, com a presença do ministro da época, Natush Bucsh. Outros criatórios pioneiros no registro foram Guayaba, de Rafael Suárez, Chorobi, de Carlos Roca. Todos eles iniciaram um sonho que hoje é uma realidade palpável e de impacto na pecuária boliviana”, lembra Juan Alberto Vasquez Escalante, técnico responsável pelos primeiros registros em 1984. Naquele período, a entidade tinha como presidente Jorge Aguilera Palma. 

De acordo com a Asocebu, os números de animais registrados vêm crescendo.  Já são mais de 40 mil exemplares zebuínos registrados. Além do registro das raças Nelore, Nelore Mocho, Brahman, Gir Leiteiro, Tabapuã e Guzerá, registra desde 2015 a raça Girolando. O gerente geral da associação, Fernando Baldomar, “destaca” que o zebu é líder de mercado no país, assim como tem maior representatividade nas exposições. “Esse espaço tende a ampliar já que as raças zebuínas leiteiras vêm ganhando espaço nos últimos cinco anos, especialmente em Santa Cruz, Beni e no Chaco boliviano com a introdução do Gir Leiteiro. Outra raça que está em expansão é o Girolando”, informa Baldomar.

Os criadores estão buscando animais que se adaptem melhor ao clima e condições geográficas do país para melhorar a produtividade do rebanho nacional. A Bolívia tem regiões de características bem diferentes, mas o zebu se adaptou muito bem a todas elas, desde as áreas inundadas de Beni até Chaco, que é uma área de pouca chuva. “São animais que apresentam alta taxa de fertilidade, diferente de outras raças. Temos 4,3 milhões de cabeças de fêmeas em idade fértil. A inseminação tem crescido, mas o uso de touros para monta natural ainda é maioria, o que garante um grande mercado para os selecionadores de zebu”, acrescenta o gerente da Asocebu.

Na área de melhoramento genético, as avaliações genéticas dos animais são feitas pelo PMGZ e os dados são auditados pela Asocebu. Já são mais de 47 mil animais Nelore avaliados, volume considerado significativo pelo superintendente Técnico da ABCZ, Luiz Antonio Josahkian. Esse volume,  associado aos 95 mil genótipos da ABCZ, permitiu estruturar uma avaliação genômica.  

O trabalho de seleção vem dando resultado dentro e fora do país. Hoje, a genética boliviana é exportada para Equador, Brasil, Colômbia e Peru, dentre outros. A proposta agora é consolidar esse mercado externo com a abertura de novos protocolos sanitários com outras nações. 

A Asocebu foi fundada em 1974 por um grupo de criadores durante um congresso realizado em Reyes Beni. Seu primeiro presidente foi Guillermo Tineo Leigue, cuja gestão, por meio da Resolução Suprema Nº 178218, de 23 de setembro de 1975 se conseguiu reconhecer a Associação como pessoa jurídica. A entidade funcionou em Beni até 1983 quando transferiu sua sede para Santa Cruz. Com a organização da primeira Exposição Pecuária da Bolívia, hoje conhecida como Agropecruz, as atividades da Asocebu ganham um novo impulso. Dali, em diante a associação passou a ter participação em importantes feiras do setor.

Também tem organizado simpósios e congressos, com a presença de profissionais de vários países, sempre com foco em levar mais tecnologia e conhecimento aos produtores bolivianos. “Assim nossos associados poderão conseguir altos índices de produtividade que lhes permitirão serem cada vez mais competitivos”, finaliza o presidente da Asocebu.

 
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