Em tempos de vacas gordas....

É bíblico!

Por: Eduardo Muniz de Lima “Mineiro”
Médico veterinário especialista em Produção de Ruminantes, MBA em Gestão Empresarial, MasterMind Aliança Agrotalento e diretor da Central de Receptoras Minerembryo

A arroba resolveu “gangorrar” no início de 2020, se ajustando ao gap de novembro de 2019. O mercado chinês continua comprando como nunca. O leite se abre para mercados internacionais. A economia interna mostra sinais claros de aquecimento após um ano de novo governo. Na outra ponta, da genética, estamos preparados para vender touros de corte e matrizes de leite avaliados nesta nova realidade?
O ano de 2020 começa quente na pecuária com um ajuste de preços depois do gap criado em novembro de 2019 de escassez de gado e forças robustas de demanda. Como as chuvas demoraram a cair no centro-sul do Brasil, não tivemos o boi de pasto em novembro e os bois do segundo giro dos confinamentos diminuíram depois dos resultados pífios do primeiro giro com @ estacionada e milho e soja subindo. Conclusão: faltou o boi gordo em quantidade. Do lado da procura, tivemos a China comprando como nunca e de um pool maior de frigoríficos e o mercado interno se aquecendo, somada à liberação da primeira parcela do 13º salário. Conclusão: explosão dos preços da @ do boi chegando a R$231,00/@, em SP. Já em janeiro vemos uma @ de R$ 190,00, por enquanto, mas, tudo dentro da normalidade de readequação de mercado dentro de uma nova realidade de preços, e não mais aqueles R$150,00 que insistiram por praticamente três anos. De acordo com a ABIEC, o Brasil exportou 1,847 milhão de toneladas de carne e gerou receita de U$7,59 bilhões, respectivamente aumentando 12,4% e 15,5% em relação a 2018. Devemos dar destaque à China (quase 45% juntando-se a Hong Kong), UE, Egito, Chile, Emirados Árabes e a Rússia, que voltou a importar depois de dois anos. Para 2020, a ABRAFRIGO acredita em aumento de 10% nas exportações puxadas pela China, que continua com a Febre Suína Africana, as queimadas na Austrália, nosso concorrente direto, e o dólar atraente aos exportadores. Quanto ao leite, o preço tem se mantido firme ao longo das águas e com tendência de alta, de acordo com o Cepea, aliado ao câmbio que inviabiliza a importação. Os valores de animais geneticamente superiores se mantiveram altos e o genoma entrou com tudo na seleção de rebanho. A Ministra da Agricultura Tereza Cristina vem fazendo um trabalho sensacional e já abriu os mercados do Egito, China, e agora, em janeiro, na Índia, fechou parcerias para a produção e o processamento de leite. O mercado interno mostrou recuperação da economia com mais de um milhão de novos empregos, taxa Selic mais baixa da história, vendas de final de ano aumentando mais de 10%, déficit baixou em 59 Bi, IBOVESPA acima de 120.000 pontos (23/01/20), aumento considerável de investimentos externos no Brasil e, para ajudar, a Argentina taxou sua carne em 30% para exportação. Acho que, depois disto tudo, posso afirmar: Deus é brasileiro mesmo! Agora, volto uma pergunta a você criador: será que estamos fazendo a pecuária que este mercado aquecido exige hoje? Será que estamos usando a genética, sanidade, manejo e nutrição necessária a este novo mercado nacional e internacional? Estamos investindo nas tecnologias certas que nos permitem mais lucratividade em nossa atividade? Quais as ferramentas de reprodução estamos usando para o melhoramento? Medimos e avaliamos nossa seleção? Fazemos uso econômico da FIV?
E já falo aqui: se preparem para o que virá em 2020. Temos uma equipe preparando tecnologias completamente disruptivas no campo e acesso a material genético com genoma a valores justos que irão revolucionar a pecuária do brasil e do mundo. Aguardem!

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